Lanche caipira

Cada "professora" do Clubinho é responsável pelo lanche do dia em que vai dar a aula. Esta parte da reunião é esperada com muita ansiedade e geralmente acontece no final da tarde. Consequentemente ninguém consegue jantar nesse dia. 

Mas nenhuma das baunilhetes é expert na cozinha, preferindo máquina de costura a fogão. Com honrosas exceções, como a Renatinha, a Sílvia e a Zezé , somos um bando de fugitivas das lides culinárias. 

 Assim sendo, nosso lanches, na maioria das vezes, são fornecidos por padarias, aliás excelentes, que temos na cidade para nos socorrer nessas horas. 

Mas, em algumas ocasiões, resolvemos arriscar e executar uma receita nova ou tradicional e levar até o Clubinho para oferecer às amigas. Chamo de nossos lanches caipiras porque são receitas simples, muitas vezes tradicionais, de família.

E no final, não sobra quase nada.

Na última quinta, levei uma receita de cuscuz paulista que aprendi com minha mãe, versão frango. 

A parte doce foi representada por uma maria-mole que preparei na noite anterior. Avisei às companheiras: "aproveitem pois foi a primeira e última vez que faço este doce". Minha batedeira de bolo é tão antiga que não tem suporte. Fiquei uma hora "segurando" a batedeira e, ainda por cima, "tomei um banho" de maria-mole líquida. Meio descrente, depois de vencida pelo cansaço extremo mas sem atingir à instrução da embalagem da caixinha que previa consistência de suspiro ao doce, levei à geladeira e pensei: SEJA O QUE DEUS QUISER!!!

No dia seguinte, com muita cautela e medo, abri a geladeira e lá estava ela, gloriosamente consistente para receber a chuva de coco ralado, ser cortada e levada às temerárias cobaias de minhas experiências.

Fui aprovada.